quinta-feira, 18 de junho de 2009

O que fazemos

Somos o que fazemos. Sempre me diziam que devemos fazer o que nos faz bem, que devemos pensar antes de fazer com o próximo o que não queremos que façam com a gente, e eu não entendo, então, por que muitas pessoas fazem as outras chorar, por que machucamos quem gostamos, por que gozamos com uma fraqueza alheia, e por que, por muitas vezes, não protegemos quem se ama.
Os mais velhos vivem dizendo que somos todos iguais , e eu nunca compreendi do por que então que existi os ricos e os mendigos, por que existem países desenvolvidos e por que as pessoas passam fome.
Muitas vezes eu me perco, sempre me ensinaram que no céu existe um Deus, e eu até acredito, só que duvido quando vejo essa maldade sem fim, por que ele nunca puniu os homens que plantam isso, por que ele não tira todo erro do mundo? Contudo ao pensar sobre tudo isso, percebo que a culpa não é Dele, a maldade não é dele, os erros não podem ser retirados, todos erram, e eu não suporto lembrar que eu erro também.

sábado, 6 de junho de 2009

Sombras.

Caminhando pela garoa via milhares de corpos correndo desesperados pelas avenidas, não entendia o porque, sempre me disseram que a chuva purifica a alma, será que ninguém além de mim naquela avenida tinha uma alma imunda? Imunda por acreditar em palavras e por ser ingênua ao achar que pessoas cínicas não existem.
De repente olhei para a sombra e vi a minha sozinha nos muros pichados, nem um espírito para acompanhar, por mais que pareça loucura, esses dias um anjo, não sei se do mal ou do bem, me acompanhou, eu senti suas mãos segurando as minhas, eram acolhedoras ao mesmo tempo horríveis, eram tão quentes que ao se misturarem com o meu calor, me queimavam.
Sempre preferi os anjos frios, se é que são anjos, não me queimam, contudo não sei o peso de suas almas, me disseram que mãos frias era sinal de coração quente, e vice-versa, analisando desse lado me chamaram de desprovida de sentimentos. As vezes queria não ter um coração e assim não sentir aquela dor medíocre que se tem quando se ama.
Falaram-me também que ciúmes não é sinal de amor, ou seja, acho que nunca amei mesmo, se tudo o que sentia de dor era um infantil ciúmes, daqueles bobos que você sente vontade de sair gritando e batendo em quem for, porque de resto não foi nada tão surreal assim, sempre pensava nos outros mesmo.
Recordo agora os meus casos de meninice, minha tia me ofereceu achocolatado, e eu lhe disse que tomava “Nescau” com água, foi a pior experiência, porque achava que se tomasse o leite os outros não teriam o que tomar, engoli tudo e foi ai que descobri que existia outra caixa na geladeira, desde essa época fazia alguns sacrifícios e ainda continuo sendo chamada de egoísta.
As vezes sou chamada de esquisita, sendo que deveria ser chamada de desorganizada, nem os meus pensamentos andam em ordem, eu não sou mais capaz de dizer quais sentimentos são ilusões e outros quais são verdadeiros, o que sei das minhas incertezas, é que vou seguindo somente com a minha sombra naqueles muros.