sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

California

Ele disse que era muito apropriado eu ser dele, e eu o encarei com um sorriso amarelo dizendo que não sabia se era assim e o por que daquela apropriação toda, ele só me disse que era apropriado e bastava.
A minha vida inteira sonhei um romance, e ele se quer ria das minhas piadas e concordava com os meus ideais, tudo bem eu não ter ideais tão fortes assim, mas eram meus e eu queria dividir com alguém, queria que alguém risse das minhas frases bobas e passeasse no centro comigo de mãos dadas, e bem, ele não era esse, muitos podiam ser esse, mas ele nem era esse, ele não descia a 15 comigo e dizia que a loja hippie dali era a melhor, ele se quer teve o prazer de fazer isso, eu queria ser grande, e ele não me deixava nem ser média, ele me afogava nos medos dele e os medos dele eram os meus, e eu não queria medos, eu não queria o apropriado, eu queria o mar, eu queria o mundo, eu queria a California, não a Praia Grande, nesse momento percebi que estar ao lado dele era pouco, pintei – me e fui.
Fantasiar-se para o mundo era o mais certo, enquanto não achava o que me tirava a mascara, eu só tinha certeza de algo, eu queria ser grande e ficar me faria pequena, porem não posso dizer que ele não marcou, meu primeiro grande amor era um cara bacana, de bom coração, mas muito apropriado, então eu fui, fui sem olhar para trás, porque de um jeito muito estranho eu sabia que se eu olhasse voltaria e nunca mais mar, nunca mais California.É triste saber que aquele amor não te fez imortal.

Mudanças

Muito tempo que não escrevo, mas hoje resolvi tentar, a menina de exatas quer falar de mudanças, pois é, algo inevitável.
Eu como uma boa taurina detesto mudanças, eu nunca as escolhi de certa forma, elas me escolheram. Lembro da minha primeira grande mudança, foi quando virei “mocinha”, todas as meninas da minha idade pensavam nisso, exceto eu, contei para minha mãe em pane, e ela sorriu toda feliz enquanto eu chorava, naquele momento sabia que teria cólicas, TPM e já não seria tratada como criança, e sim como uma moça, mas ninguém me perguntou se eu queria ser moça, ninguém.
Hoje com dezoito anos a vida ainda não pergunta se eu queria mudanças, ela só muda, a minha melhor amiga já nem é tão melhor amiga assim, a minha amiga que saia comigo para o centro e me fazia rir, nem vejo mais, o cara em que eu passava as tardes ouvindo musica e tomando coca-cola nem olha mais na minha cara, o meu melhor amigo, aquele que conheço desde os doze anos, não se preocupa mais em como está desenhando ou se tem pelos na perna, ele cresceu, o cara em que eu conversava na internet sumiu porque está noivo e eu, eu fui forçada a mudar, a aceitar tudo isso sem dizer uma palavra ao mundo.
Eu sei, as coisas têm que mudar, eu tenho que aprender a dizer adeus, não vou dizer que sou infeliz, pois não sou, mas é tão difícil olhar para trás e perceber que tudo aquilo hoje, parece que não teve importância.
Conclusões que eu posso tirar é que a vida sempre segue, que para se ter alguém ao seu lado os caminhos têm que ser iguais e o amor, sempre me disseram que quando se ama você se sente imortal e de verdade eu ainda sinto que posso morrer a qualquer momento.