quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Frágua Vodca

Ultimo capítulo

Minha Body piercing




Fiz como todos o vestibular e passei, quando acabaram as férias, comecei o curso, não havia sentido nem alegria e nem arrependimento, mas confesso que depois de um tempo achei um saco e desisti do curso.
Mamãe já havia voltado e ficou triste pela desistência, nem liguei, a única vantagem do curso, é que tive de diminuir as bebidas e parei de fumar, ah, e conheci Carol.
Ela fazia faculdade de administração, era tatuadora e body piercing, queria administrar melhor sua loja, ela devia ter umas 19 tatuagens, odiava o numero par para tattoo, dizia que dava azar, algo assim.
Comecei a namorá-la, nessa mesma época comprei uma Canon e tirava foto de tudo, fiz até um fotolog para colocar as fotos das tatuagens que ela fazia, era um fotolog da loja dela, ela me incentivou a fazer um curso de fotografia, e até me ajudou a comprar a câmera profissional.
Fiz o curso, e cada dia mais me fascinava com esse mundo, Carol me incentivava sempre e foi com ela que fiz a minha primeira tatuagem, uma Fênix, havia lhe contado a minha historia e ela sempre me chamava de Fênix.
Era lindo estar com ela, acordar com ela, beijar a boca dela de café e vê-la em lingeries de onça, aquele corpo esguio e suas madeixas ruivas lisas, aquela tatuagem de cereja sobre o peito e cada polegada dela.
Hoje sou fotografo e Carol viajou para Londres há 6 meses, queria fazer intercambio para aprender a falar e conhecer também, disse que teve uma namoro com Lilly, uma punk, Carol é bissexual, falando nela, ela volta hoje e vou buscá-la no aeroporto, talvez fiquemos juntos como antes, ou sejamos só amigos, o que sei é que ela é quase uma Vodca pra mim.

Frágua Vodca

Capítulo 7

Aos 30




Quando fiz 30 anos, comecei a achar minha vida um lixo, tinha um emprego ruim, não namorava e gastava tudo o que tinha com sexo, cigarros e bebidas.
Veio em casa naquela manhã mamãe e titia, traziam um bolo e um pacote, abri o pacote, dentro estava uma camisa azul claro, agradeci, mas não gostei, gostava de camisetas.
Minha tia leu o meu horóscopo e disse que capricornianos são de personalidade forte, mas eu não era, era um covarde, queria mudar isso.
Mamãe me informou que ia para Portugal como turista e eu por impulso disse que ia fazer faculdade de jornalismo, não sei por que disse, mas disse.
Ela sorriu emocionada, começou a chorar e disse que já estava na hora de usar o meu talento.

Frágua Vodca

Capítulo 6

Um santo




Minha mãe é devota de Santo Expedito, isso explica o meu nome, ela dizia que queria ser tão ligada a mim como era a ele e eu sempre sorria achando aquilo imbecil, quando ela me perguntava se ele não era um santo bonito, concordava, às vezes é melhor concordar do que discordar, sem brigas e argumentos.
“Você é um milagre, menino. Seu pai não podia ter filhos, rezei tanto e veio você. Aquele infeliz, nem para ter filho prestava!”
Ela começou a odiá-lo depois da morte, descobriu que tivera muitas amantes e de vez em quando agradecia o fato dele não poder, quando pensava nisso.

Frágua Vodca

Capítulo 5

Adeus Vivian



Era noite de maio, Vivian chegou em casa em um casaco lindo, dentro dele estava ela linda com um micro- vestido vermelho e olhos bem delineados, ela não era tão bonita, mas era demais para mim, tinha 1,65 cm, pele branca e olhos e cabelos pretos, bem magra e fumava muito, foi com ela que peguei o vicio.
“ Cara, eu te amo, mas estou confusa.”
Disse ela, me olhando sentada com um cigarro na mão, eu não sabia o que dizer, não achei certo dizer que era recíproco, pois não era.
“Eu tenho 25 anos, quero ser mãe, morar junto de alguém.”
“Você pode morar comigo.”
“Eu sei que não quer ser pai, e nós juntos não conseguimos nos sustentar, sabe disso.”
“E o que quer fazer?”
“Terminar!”
Eu me calei e a deixei sair, colocou o casaco e me beijou pela ultima vez. Nunca mais veria sua tatuagem de borboleta.
Anos depois soube que se casou e teve dois meninos, um tem meu nome, não entendo o por quê.