sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Frágua Vodca*


Capítulo 1

O amor



Para dizer a verdade eu nunca aprendi a amar, e quando diziam que me amavam, eu simplesmente não acreditava e dizia ‘eu também’.
Nunca fui muito de acreditar que alguém fosse capaz de ter algum sentimento por mim, nem ódio, afeição ou dó e também nunca fui de sentir alguma coisa forte por alguém, eu só queria palavras bonitinhas e na maioria das vezes não queria nada além de um copo de vodca forte com morango, alias uma das melhores bebidas pra mim, mas confesso que sempre quis um amor forte e ardente como a vodca, um amor que me faz sentir um gosto amargo na boca e faz arder quando desce sobre a garganta, algo que me faz sentir calor e alivio, algo que em grandes doses me faz mais alegre, um amor que me tire do chão.
Mamãe sempre dizia que o amor surge, mas ele nunca surgiu pra mim, mas para minha mãe tudo surge, a sua fé era algo bonito e hipócrita de se ver, ela acredita cegamente até em papai, que a traia em cada esquina imunda desse bairro frio e até em outros bairros.
Ele tinha paixão pelas putas do centro e dizia que elas eram boas de um jeito rápido, dizia também que não agüentava mais viver aos costumes católicos de mamãe, essa por sinal, vivia em missas, uma beata de carteirinha e me fazia ir aos domingos de manhã, ouvir as palavras de Deus.


*Nome sugerido por Vitor Augusto Carrara
Frágua: 1º calor intenso, ardor, fogo vivo;2º amargura.