quinta-feira, 15 de abril de 2010

Certezas.

Certeza de dormir sendo esquecida a cada segundo, de no riso de alguém não ter um vestígio do teu, sendo que já se teve, de procurar uma vã promessa em baús antigos, de chorar na alma sem ir para os olhos e amarelar um sorriso, a certeza de que ninguém vai ligar, de que ninguém vai lembrar a sua idade, o seu tempo, o seu respirar, toda a certeza de palavras mentirosas, de pessoas medrosas, de vidas que deram errado, mas que viveram a certeza do tropeçar na porta, do fio de voz e do vento quente e frio, a certeza do amor escondido nos lábios de alguém idiota, a certeza dos dias passados e dos acertos forjados, a certeza de uma euforia, de um sol, a certeza da mudança da lagarta, do morrer da flor, do morrer da dor, do morrer do amor, do morrer da eternidade, da juventude, da melhor idade, a certeza de um eu e a certeza de um você, e a incerteza do nós, do sempre, do infinito da vida.