sábado, 29 de agosto de 2009

Sumir.

Desliguei o meu celular só para não me achar, tenho que confessar que na minha casa pra você eu não vou estar, não é que eu ande ocupada, eu só estou sumindo por um tempo, e eu realmente sei que não liga.
Não sei por que insisto em sumir pra você, você some de mim, e não importa se estou nas avenidas do centro ou se estou só aqui, na “minha” vila.
Eu poderia abrir mãos de varias coisas só pra olhar um minuto pra você, mas preferi olhar pra mim, ver novos rostos e horizontes, o seu quintal nunca foi o melhor daqui.
Sorrisos fajutos eu consegui de monte só de andar em uma rua badalada, parecidos com o seu e até mais abertos.
Não, não quero ser franca e nem cruel demais, só que às vezes as suas manias irritavam-me, ainda irritam e o modo de querer, era tão insensato.
Estou farta de tentar, e tentar o que não se consegue, o melhor é viver com ou sem alguém.

Um conto, um fim.

- Quando você acordar amanhã, não me encontrará na cama.
- Então não hei de dormir!
-Você sabe que mais cedo ou mais tarde eu vou ir, só não quero ver as suas lagrimas, mas se quer que seja tão duro assim, então posso partir agora, as malas estão prontas.
- O por que de tudo isso?
- Estamos errados, sempre estivemos, mentimos pra nós mesmos, e eu não suporto mais isso.
- Eu ainda consigo te amar, mesmo com todas as mentiras.
- Mas eu não. Acredite, vai ser melhor.
Lembro dele anunciando em tom brando o nosso fim, dos nossos erros eu sempre soube, começar um amor pra esquecimento de outro, já é uma falha. Mas era isso que nos fazia um casal, os nossos erros em comum, a nossa omissão.
Às vezes sonho com as nossas conversas, na verdade as conversas que imaginava que teríamos se ele atendesse aos meus telefonemas.
- Olá, só queria me desculpar.
- Eu só queria dizer que te amo, que não está sendo fácil sem você, Lud.
-A gente pode conversar?
- A gente pode voltar?
E nessa minha imaginação, eu lhe dizia um sim, mas não foi assim, foi assim:
- O numero chamado não pode atender no momento, deixe seu recado após o sinal.
-Amor, por favor, atende, eu sei que está aí, você não sabe o quão difícil está sendo sem você.
Depois de alguns meses descobri que ele não estava mesmo, conheceu uma moça nessas saídas, e eu tão tola deixei de sair e ver o mundo, pra ligar pra ele, as coisas acabam muitas vezes, e nós ficamos aqui, não aceitando os fatos.
Eu ainda não sei se aceitei, as lembranças atormentam-me, continuo sonho com o rosto dele, e ele já tem relações com outra.
Sempre assim, um conto, um fim.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pequena Felicidade.

Cansei-me dessas musicas tristes, elas de alguma forma acabam comigo, e mesmo assim continuo a ouvi-las, quando não as escuto, suas notas ficam dançando em minha cabeça, fazendo com que o meu ar fique turvo.
Não, eu não entendo como simples melodias podem me trazer repentinas tristezas, sendo que nunca vi algo infeliz ao ouvi-las, como se ela resgatasse uma memória que nunca existiu.
Queria saber descrever como me sinto, e o que me vem na cabeça, mas antes que consiga, todo o sonho se desfaz e vira brisa, uma brisa suave e dolorosa, como se ao chegar em minhas faces ela virasse dedos e me desse uma bofetada, pode chamar-me de louca, pois sou totalmente inconsciente dos meus atos ao ouvi-las, dá uma vontade de dançar e chorar, mas não é um choro de alegria e sim de desespero, ela acaba comigo, e nem os meus ídolos geniais saberiam como é sentir.
Sentir o que não se sabe o que se é, sentir um vazio, e saber que nada completa esse vazio, e ele vai aumentando a cada nota, como se o piano sugasse todas memórias felizes, como se o piano esmagasse essa pequena chamada Felicidade.
“Felicidade! Felicidade! Onde estás?”, chamo e não consigo respostas, e a musica acabando e a minha vida se esvaindo, e de repente ao ultimo toque, a Felicidade volta e tudo é esquecido.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Uma bela mentira.

E ele não era tão diferente assim, adorava sorrir, contudo sempre fingia estar feliz, tentava aceitar as suas vazias memórias e inventava algumas felizes para suportar dias com chuva. Gostava de sentir a chuva sobre a sua nuca, e depois se achava purificado, renovado, até descobrir que a ferida continuava ali.
Já estava cansado de amores mal resolvidos, e ficava com qualquer só por diversão, por mais uma noitada com algum prazer fugaz e até mesmo pra se sentir vaidoso, e ninguém conseguia notar que aquele corpo só era de mais um morto.
Era fútil e não suportava saber que todos os seus passos deixavam erros, queria desfazer todo o passado, como se desfazia dos falsos belos sorrisos que distribuía por aí e, realmente estava cansado de sorrir.
Estava cansado de gostar pouco, queria sim, saber como é gostar, estar realmente afim de alguém e de ver como as horas podem passar de pressa.
Olhava-se no espelho e via somente uma beleza cinza, depois a imagem se distorcia para o menino que era em cima da arvore, e destruía a maquiagem feita para esconder sua face, se realmente tivesse face, era somente um monte de belas mentiras.
Seus olhos já turvos escondiam a verdadeira cor, era como um mar poluído, quem olhasse podia ser puxado pelas algas, e comido por tubarões. E era com esses olhos turvos que ele prendia almas e depois as devolvia estilhaçadas.
Algumas vezes se sentia garboso e sedutor, gostava de destilar e de afeto em publico, a boemia e urgia eram parte de sua vida.
E o que foi feito desse rapaz? Ninguém sabe mais, talvez tenha se perdido em todas as batidas, ou tenha mudado de vida e feito da sua historia um enigma.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Discrepâncias

Seria mais fácil deixar você partir
Eu sei que é muito mais difícil pra mim
Ver você aqui e não poder roubar o seu sorriso
Não é algo tão pacifico assim

Eu queria dizer que todo o amor morreu
Contudo percebo que ele nunca nasceu
Nasceu em mim, mas em você não cresceu
E todas as esperanças, não teve nem infância

Se me ouvir prometa que vai pensar em mim
Pense no que eu dizia, antes de ir dormir
E tente ao menos me ouvir
Diga que não vai silenciar assim

Sem respostas certas para nós
E, por favor, não me esqueça nos seus lençóis
Não me deixe tão só, não me deixa no pó
Nas suas lembranças, na nossa discrepância



Inspirado em histórias não tão minhas.