quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cotidiano utopico

Bebeu o café como se fosse o ultimo, talvez ele quisesse que fosse, saiu pela porta e olhou para trás como se nunca mais fosse ver aquela velha porta de madeira, olhou a sua vizinhança e pensou em como é engraçado morar lá e lembrou- se também dos churrascos e dos sambas, de todas as festas ali feitas.
No trajeto para o trabalho pensou em como seria a vida em outro lugar, pensou na vida que não teve e que teria se estivesse com ela, de acordar e dormir ao lado dela, de sentir o gosto de seu batom e de agüentar a sua TPM, pensou nos filhos que rejeitou ao dizer não àquela mulher de lábios Carmim, imaginou a camisa do seu time vestida por um menino que teria o nome de seu pai e os passeios ao zoológico, foi fazendo uma rota imaginaria do caminho da escola do varão, e de toda a sua vida, e em segundos estava chorando, querendo ter a vida que não teve.
Ninguém entendia o porquê dele dizer não aquela mulata e nem ele entendia, eles se amavam tanto e no dia do casamento não conseguiu ficar, talvez fosse medo de deixar a vida de solteiro, talvez fosse o medo da monotonia , mas ele apagou todas as questões, todas as imagens e voltou para o seu cotidiano, ir ao trabalho, agüentar a pressão e depois voltar para a sua casa vazia.

Um comentário:

  1. Olá BI!!!!!
    Gostei da crônica. Necessita apenas alguns ajustes. Conversamos na sala, ok!
    beijos

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