sábado, 29 de agosto de 2009

Um conto, um fim.

- Quando você acordar amanhã, não me encontrará na cama.
- Então não hei de dormir!
-Você sabe que mais cedo ou mais tarde eu vou ir, só não quero ver as suas lagrimas, mas se quer que seja tão duro assim, então posso partir agora, as malas estão prontas.
- O por que de tudo isso?
- Estamos errados, sempre estivemos, mentimos pra nós mesmos, e eu não suporto mais isso.
- Eu ainda consigo te amar, mesmo com todas as mentiras.
- Mas eu não. Acredite, vai ser melhor.
Lembro dele anunciando em tom brando o nosso fim, dos nossos erros eu sempre soube, começar um amor pra esquecimento de outro, já é uma falha. Mas era isso que nos fazia um casal, os nossos erros em comum, a nossa omissão.
Às vezes sonho com as nossas conversas, na verdade as conversas que imaginava que teríamos se ele atendesse aos meus telefonemas.
- Olá, só queria me desculpar.
- Eu só queria dizer que te amo, que não está sendo fácil sem você, Lud.
-A gente pode conversar?
- A gente pode voltar?
E nessa minha imaginação, eu lhe dizia um sim, mas não foi assim, foi assim:
- O numero chamado não pode atender no momento, deixe seu recado após o sinal.
-Amor, por favor, atende, eu sei que está aí, você não sabe o quão difícil está sendo sem você.
Depois de alguns meses descobri que ele não estava mesmo, conheceu uma moça nessas saídas, e eu tão tola deixei de sair e ver o mundo, pra ligar pra ele, as coisas acabam muitas vezes, e nós ficamos aqui, não aceitando os fatos.
Eu ainda não sei se aceitei, as lembranças atormentam-me, continuo sonho com o rosto dele, e ele já tem relações com outra.
Sempre assim, um conto, um fim.

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